A filha do papa, de Luís Miguel Rocha.

sexta-feira, 11 de julho de 2014


      Estive sofrendo uma depressão pós-Harry Potter, o que me impedia de me entregar a uma nova leitura. Infelizmente, esse não foi o único motivo para eu ter passado quase uma semana tentando terminar esse livro. A capa me encantou bastante, me fazendo pensar que a temática polêmica prenderia minha atenção. Entretanto, várias vezes precisei reler páginas inteiras por perceber que estava completamente dispersa. 
        O livro narra, além de VÁRIAS outras coisas, o processo de santificação do Papa Pio XII, prejudicado pelo seu envolvimento com a irmã Pascoalina. Esse envolvimento resultou em Anna. O autor vai e volta no tempo diversas vezes na tentativa de contextualizar historicamente o leitor, o que é bastante louvável. Além disso, ele expõe várias atitudes absurdas tomadas pela igreja católica na tentativa de manter imaculada sua imagem de instituição perfeita.
     Uma ótima característica do livro é a divisão dos capítulos em poucas páginas, algo que eu sempre considero um facilitador da fluência da leitura. O grande problema é que em cada capítulo o autor traz alguém novo para a história, normalmente com nomes bem parecidos, e só volta a citar essa pessoa quatro capítulos mais tarde. Quando menos espera, você está desesperado tentando entender se quem ligou para quem foi o Guillermo, o Girolamo, o Gennaro ou o Giorgio. Utilizando tantos personagens dessa forma, o autor acaba por tirar o foco da essência da narração, deixando o leitor completamente perdido. O livro estaria muito melhor organizado se o autor tivesse utilizado apenas 50% dos personagens citados, algo que não prejudicaria de forma alguma a narração.
       Defeitos à parte, gostei do desfecho inesperado e complexo. De forma alguma o considero um livro ruim, mas não é um que eu indicaria.

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